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Estudo da Embrapa Mostra 79% Das PecTechs Atuam “Dentro da Porteira” no Brasil

Estudo da Embrapa Mostra 79% Das PecTechs Atuam “Dentro da Porteira” no Brasil

Um estudo da Embrapa publicado em 2024 detalha o perfil e as tecnologias de 100 PecTechs brasileiras que atendem o setor de pecuária. A pesquisa, conduzida por equipes da Embrapa Pecuária Sudeste, Agricultura Digital e Diretoria de Inovação, analisou dados do Radar Agtech Brasil 2023 e mapeou oferta, desafios e tendências dessas startups.

Segundo a pesquisadora Claudia De Mori, coordenadora do trabalho, as soluções visam aumentar produtividade, otimizar recursos e reduzir impactos ambientais. As PecTechs concentram-se em plataformas de gestão e monitoramento, e enfrentam barreiras de mercado que atrapalham a escala comercial e a adoção pelo produtor.

54% Das PecTechs Estão no Sudeste e 35% No Sul do País

Mais da metade das agtechs que atuam na pecuária concentra-se no Sudeste, com 54% do total. O Sul aparece em segundo lugar, abrigando 35% das empresas analisadas, enquanto as demais regiões reúnem uma parcela menor e dispersa.

Essa concentração reflete a oferta de capital, ecossistemas de inovação e proximidade com centros acadêmicos e clientes urbanos. Para especialistas, a distribuição regional influencia a velocidade de difusão tecnológica no campo e a necessidade de políticas que incentivem expansão para o Norte e Nordeste.

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79% Das Soluções se Concentram “Dentro da Porteira” Focadas em Gestão Zootécnica

O estudo aponta que 79% das categorias de solução oferecidas pelas PecTechs atuam dentro da porteira, com foco em gestão zootécnica, econômica e financeira. Plataformas de integração, softwares e aplicativos dominam esse segmento, permitindo controle de rebanho, custo e desempenho produtivo.

Essas ferramentas atendem demandas imediatas do produtor por dados e tomada de decisão, reduzindo incertezas e custos operacionais. Analistas indicam que o foco interno favorece ganhos de produtividade, mas pode limitar inovações em cadeia que exigem integração com mercados e logística.

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Monitoramento e Sensoriamento Crescem como Solução para Saúde e Bem-estar Animal

Monitoramento e Sensoriamento Crescem como Solução para Saúde e Bem-estar Animal

As tecnologias de monitoramento e sensoriamento aparecem em expansão entre as PecTechs, empregadas para controlar desempenho, saúde e bem-estar animal. Sensores corporais, coleiras conectadas e plataformas analíticas permitem identificação precoce de problemas e otimização do manejo.

Esses recursos reduzem perdas sanitárias e melhoram índices produtivos, ao transformar sinais biológicos em alertas práticos para o produtor. A integração desses dados com algoritmos facilita decisões rápidas, mas exige conectividade e capacitação técnica no campo.

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Segmento “Antes da Porteira” Concentra Ênfase em Crédito, Seguro e Carbono

No segmento anterior à produção, as PecTechs apresentam soluções para crédito rural, seguros, permutas e mercados de créditos de carbono. Softwares de análise e controle suportam tomadas de decisão financeira e ajudam produtores a acessar serviços e mercados de pagamento por boas práticas.

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Essas ofertas podem reduzir vulnerabilidades econômicas do produtor e fomentar práticas sustentáveis quando vinculadas a mecanismos de crédito e certificação. Especialistas ressaltam que a interoperabilidade de dados é essencial para validar serviços financeiros e rastrear práticas sustentáveis.

Rastreabilidade “Depois da Porteira” Domina Soluções para Cadeia e Mercado

Rastreabilidade “Depois da Porteira” Domina Soluções para Cadeia e Mercado

Para o pós-produção, as PecTechs investem principalmente em rastreabilidade, com sistemas que acompanham lote, origem e histórico sanitário até o consumidor. Blockchain, QR codes e plataformas de certificação aparecem como ferramentas para agregar valor comercial e cumprir exigências regulatórias.

Essas tecnologias ampliam a transparência comercial e podem abrir mercados premium que remuneram atributos como qualidade e sustentabilidade. Contudo, a implementação enfrenta desafios logísticos e de custo, especialmente para pequenos e médios produtores.

IA, Automação e Internet das Coisas São Apostas de 100% Para o Futuro Digital

As empresas pesquisadas apontam a digitalização e a sustentabilidade como foco e apostam em inteligência artificial, automação, blockchain e Internet das Coisas. Essas tecnologias prometem maior precisão no diagnóstico, predição de desempenho e otimização de insumos.

Investir nessas bases tecnológicas tende a elevar eficiência e reduzir pegada ambiental, mas depende de infraestrutura digital no campo e modelos de negócios viáveis. Para De Mori, a convergência entre dados e práticas sustentáveis será decisiva para diferenciar ofertas no mercado.

Inserção no Mercado é O Maior Desafio; Vendas Escaláveis e Competição Pressionam

O estudo identifica a inserção no mercado como o principal entrave para PecTechs, incluindo barreiras de entrada, ausência de modelo de vendas escalável e necessidade de expansão da base de clientes. A competição, sobretudo de players consolidados, dificulta a consolidação das startups.

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Startups também enfrentam barreiras culturais no produtor e restrições financeiras que limitam adoção em larga escala. A Embrapa recomenda ações de capacitação, parcerias público-privadas e políticas de fomento para reduzir riscos e acelerar a difusão de soluções.

Para superar obstáculos, o relatório sugere combinar tecnologia com serviços de suporte ao produtor e modelos comerciais adaptados à realidade da pecuária brasileira. Políticas de crédito, programas de demonstração em campo e incentivos à conectividade são apontados como medidas prioritárias.

Produtores que adotam tecnologias ganham maior controle sobre custos e indicadores produtivos, o que pode melhorar a competitividade do setor. O desafio agora é ampliar o acesso e adaptar soluções à diversidade de sistemas produtivos presentes no Brasil.

A pesquisa da Embrapa segue disponível para consulta pública e visa orientar políticas, investidores e empreendedores interessados no ecossistema PecTech. Especialistas esperam que o mapeamento acelere parcerias que tornem a digitalização mais inclusiva e efetiva para a pecuária nacional.

Fonte: Embrapa.br

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