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NetZero Anuncia Investimento de R$ 35–40 Milhões em Usina de Biochar no RS

NetZero Anuncia Investimento de R$ 35–40 Milhões em Usina de Biochar no RS

A NetZero, empresa franco-brasileira, anunciou investimento entre R$ 35 milhões e R$ 40 milhões para instalar uma usina de produção de biochar em São Lourenço do Sul (RS). O projeto foi apresentado em dezembro e a empresa prevê formalizar o consórcio com produtores e prefeituras em janeiro, iniciando a implantação em 2026.

A unidade usará casca de arroz como matéria-prima e terá capacidade para processar 30 mil toneladas anuais desse resíduo, gerando cerca de 10 mil toneladas de biochar seco por ano. A empresa destaca que o produto melhora a fertilidade do solo e permite a remoção de carbono de longa duração, com potencial de créditos de carbono para a cadeia produtiva regional.

Investimento Previsto Entre R$ 35 Milhões e R$ 40 Milhões para Usina em São Lourenço do Sul

A NetZero estima um aporte entre R$ 35 milhões e R$ 40 milhões para montar a planta piloto em São Lourenço do Sul. O valor inclui equipamentos de pirólise, infraestrutura de recepção de biomassa e sistemas de recuperação de energia térmica e elétrica.

A proposta será levada a um consórcio formado por empresas arrozeiras, como ADB Alimentos e Josapar, além de prefeituras locais, segundo a empresa. A formalização do consórcio e a captação de recursos devem ocorrer em meados de janeiro, para que o cronograma de implantação comece imediatamente.

O investimento é apresentado como fase inicial, com possibilidade de ampliação conforme demanda por biochar e créditos de carbono. A construção da usina pode impulsionar serviços logísticos e gerar empregos nas regiões produtoras de arroz do Estado.

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Capacidade para Processar 30 Mil Toneladas de Casca de Arroz e Produzir 10 Mil T/ano de Biochar

A planta prevista terá capacidade de processar cerca de 30 mil toneladas de casca de arroz por ano, convertendo essa biomassa em aproximadamente 10 mil toneladas anuais de biochar seco. A relação entre insumo e produto segue parâmetros industriais de pirólise para resíduos de alta umidade.

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Esse volume de produção permite abastecer parcelas significativas de lavouras e pastagens na região sul do Estado, além de possibilitar vendas a outros mercados agrícolas. A NetZero prevê destinar parte do biochar para produtores parceiros e vender o excedente no mercado regional.

Na prática, a escala inicial visa demonstrar a viabilidade técnica e econômica, criando dados para justificar futuras unidades. A meta é ampliar a capacidade se houver demanda por condicionador de solo e por certificados de sequestro de carbono.

Geração de Energia Renovável: Reaproveitamento de Gases e Calor Reduz Custos Operacionais

Geração de Energia Renovável: Reaproveitamento de Gases e Calor Reduz Custos Operacionais

O processo de pirólise que produz biochar libera gases combustíveis e calor, que podem ser recuperados como energia renovável. A NetZero afirma que reaproveita parte dessa energia para suas operações e oferece o excedente a parceiros locais em forma de eletricidade ou aquecimento.

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Esse reaproveitamento reduz a necessidade de combustíveis fósseis na planta e melhora a eficiência econômica do projeto. Em regiões rurais, o fornecimento de calor ou eletricidade pode beneficiar beneficiadoras e secadores, integrando mais cadeias produtivas ao arranjo de sustentabilidade.

Além do ganho operacional, a recuperação energética contribui para a pegada de carbono menor da usina, reforçando o argumento de que o biochar pode ser uma solução com balanço ambiental positivo. Políticas locais de incentivo a energia renovável podem acelerar a adoção.

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Benefício Agronômico: Aplicações de Biochar Aumentam Produtividade Entre 14% E 26%

Estudos e testes da NetZero apontam que a aplicação de biochar pode elevar a produtividade das lavouras entre 14% e 26%, dependendo do cultivo e das condições do solo. Em regiões tropicais, pesquisas anteriores registaram ganhos médios de 25% com aplicações adequadas.

O biochar melhora propriedades físico-químicas do solo: aumenta a porosidade, melhora retenção de água e de nutrientes, e ajuda a corrigir acidez. Esses efeitos persistem por longos períodos, porque o carbono do biochar é estável e permanece no solo por centenas de anos.

Para os agricultores, isso significa menor necessidade de insumos químicos ao longo do tempo e possibilidade de transição para sistemas orgânicos. A NetZero oferece treinamento técnico para aplicar o produto no nível das raízes e otimizar resultados agronômicos.

Potencial de Remoção de Carbono: Biochar Pode Sequestrar Até 2 Bilhões de TCO2/ano em Escala Global

Potencial de Remoção de Carbono: Biochar Pode Sequestrar Até 2 Bilhões de TCO2/ano em Escala Global

Segundo relatório do IPCC citado pela empresa, o biochar, quando usado em escala global e com práticas sustentáveis, pode remover cerca de 2 bilhões de toneladas de CO2 da atmosfera por ano. Esse potencial depende de limitações de sustentabilidade da biomassa e do manejo das cadeias de fornecimento.

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Na usina do RS, o carbono do arroz será fixado no biochar via pirólise e estabilizado no solo, promovendo remoção de longo prazo. Além da remoção direta, a estratégia inclui a geração de créditos de carbono, que podem tornar o projeto financeiramente atrativo.

Esses créditos podem ser comercializados e repassados a agricultores ou investidores, criando uma nova fonte de receita para a cadeia do arroz. O reconhecimento e verificação desses créditos exigirão metodologias robustas e monitoramento de longo prazo.

Disponibilidade de Matéria-prima: Rio Grande do Sul Concentra 70% Da Produção Nacional de Arroz

O Rio Grande do Sul responde por cerca de 70% da produção brasileira de arroz, com aproximadamente 7 milhões de toneladas anuais, segundo o IBGE. Entre 20% e 25% dessa produção corresponde à casca, o que representa cerca de 2 milhões de toneladas de resíduo por ano.

A elevada disponibilidade de casca de arroz na região garante oferta estável de matéria-prima para a unidade planejada e reduz custos logísticos de coleta. Regiões próximas a Pelotas e à fronteira com a Argentina concentram maior disponibilidade, facilitando articulação com produtores e cooperativas.

A escolha de São Lourenço do Sul resultou da proximidade geográfica com áreas produtoras e do apoio institucional local. A prefeitura e administrações municipais têm articulado um consórcio regional para garantir suprimento e flexibilizar a logística de transporte das cascas.

Plano de Expansão: Planta Piloto em 2026 E Integração com Produtores e Créditos de Carbono

A NetZero planeja iniciar a construção da planta piloto em 2026 após a captação de recursos e assinatura do consórcio. A primeira fase vai priorizar a demonstração técnica, o estabelecimento de parcerias agrícolas e a geração dos primeiros créditos de carbono.

O modelo de negócios prevê que a planta pertença a uma associação encabeçada por empresas do setor e que parte da produção seja destinada a produtores parceiros. A companhia já opera em outros Estados, como Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás, adaptando matéria-prima conforme potencial regional.

Se bem-sucedida, a planta-piloto poderá ser replicada em outras regiões com disponibilidade de resíduos agrícolas, criando uma cadeia de valor baseada em remoção de carbono e melhoria de solos. Na prática, esse plano exige coordenação entre investidores, empresas agrícolas e órgãos de verificação de carbono.

Fonte: Netzero.green

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